segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O poder é o território do demônio


Dar à população o poder absoluto de decidir sobre as principais demandas do País e, principalmente, a chance de tirar do alto de seus postos os políticos que não estejam cumprindo da forma adequada os seus papéis. Tudo isso por intermédio de plebiscitos, simples, diretos e sem qualquer burocracia ou acordos de colarinho branco. O povo no poder de fato. Este seria o modelo ideal de democracia para o jurista Fábio Konder Comparato - medalha Ruy Barbosa do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e presidente da Comissão Nacional de Defesa da República e da Democracia da entidade -, que esteve na última quinta-feira em Campinas para participar de um evento no plenário da Câmara Municipal. "O poder é o território do demônio. Ele inebria, enlouquece", afirma o jurista. "É preciso pressionar câmaras e prefeituras todos os meses. Política se faz coletivamente. Sozinho não se faz nada", ressalta.
Para Comparato, um regime que toma decisões essenciais para o destino do País sem ouvir a sua população não pode ser chamado de democracia. E na metralhadora giratória de idéias e filosofias do jurista sobra até mesmo para os militares. Ele aponta que falar em "ditadura militar" é um erro, já que, de acordo com ele, as Forças Armadas, na verdade, serviram muito mais como massa de manobra para um empresariado sedento por lucro. Quando o chamado "milagre" econômico brasileiro se mostrou um pesadelo de grandes proporções, quem realmente dava as cartas tratou de forçar o fim do regime, um dos piores capítulos da história nacional.

"Precisamos formar cidadãos e reformar as instituições. O bem comum tem que estar sempre acima dos interesses privados", reforça Comparato, também crítico ferrenho das privatizações que ocorreram no Brasil nos últimos anos.

2 comentários:

  1. Infelizmente Mônica, acho que a população ainda não está preparada para este modelo de governo. É só ver o que acontece em todas as eleições aqui em Campos. Mas que seria uma guinada, com certeza seria!!! Falta entretanto amadurecimento ao povo que escolhe muito mal seus representantes, levando em consideração, troca de favores ou até quantias irrisórias. No Rio de Janeiro tivemos a chance de ver uma pequena mudança, mas lamentavelmente ainda não foi desta vez.
    Parabéns pelo blog!! Estará entre meus favoritos.

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  2. Poxa, Gervásio, que bom que vc gostou!!! Sinta-se à vontade para deixar sempre sua opinião!
    Um abraço!!!

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"Quem não luta por seus direitos,

vive a espera de favores..."

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