terça-feira, 27 de abril de 2010

EDUCAÇÃO PARA INGLÊS VER


Depois de um longo período afastada por problemas de saúde e, navegando na net, encontrei essa sincera opinião e resolvi postá-la, fazendo das palavras de Juliana as minhas!!!

No dia 24 de março, A Câmara aprovou a proposta que obriga as escolas públicas de ensino básico a manter os alunos em suas instalações, mesmo em caso de falta de professor। O Projeto de Lei 2357/07, do deputado Ayrton Xerez (DEM-RJ), determina ainda que esses alunos deverão receber atividades complementares, organizadas de acordo com a faixa etária e a grade curricular de cada série।
Senhoras e senhores, diretamente do elenco que atua no grande espetáculo circense EDUCAÇÃO PARA INGLÊS VER, a declaração nada “irônica” de uma professora da rede pública do Rio de Janeiro: “Muito legal!”.
Se me permitem, caros colegas, emprego aqui o adjetivo “legal” nas duas acepções: 1.Conforme a lei, ou prescrito por ela; 2.Sentido figurado. Bacana, interessante. Agora, o paradoxo da realidade brasileira: nem tudo que está prescrito pela lei é bacana, interessante e funcional.
A começar pela carência de professores na rede pública. São recorrentes e inúmeras exonerações em função das péssimas condições de trabalho e parcos rendimentos. Os concursados são convocados, em parte, porque é preferível manter o “esquema” de dupla – agora também tripla – regência (no município) e GLP (no estado) a ter mais encargos financeiros que venham onerar os cofres públicos. Os professores, por motivos já citados, adoecem, padecem, enlouquecem, logo entram de licença.
Então, o que acontece nas escolas públicas, lugares bem distantes da realidade da Câmara dos deputados?
Os alunos – quando percebem o “buraco” na grade de horário – revoltam-se, já que, não raro, são obrigados a permanecer nas péssimas instalações das escolas por quatro horas em meia, mesmo que só tenham um professor para ministrar, muitas vezes, uma ou duas aulas no dia. Não há “servidores” disponíveis para aplicar as tais atividades complementares, organizadas de acordo com a faixa etária e a grade curricular de cada série. A inspetoria não consegue dar conta de todos os alunos em tempo ocioso, até porque não há como um único inspetor passar os olhos e discernir quais alunos deveriam estar em aula e quais estariam de fato sem professor.
E nós, professores? Como ficamos? Ou findamos? Ou afundamos?
Passamos boa parte do tempo brigando para trabalhar; brigando para manter aluno dentro de sala; brigando para que os alunos não troquem socos e cadeiradas ou matem uns outros com ponta seca de compasso; brigando para não deixar que os alunos sem aula fiquem pelos corredores gritando e prejudicando os poucos interessados; brigando para não perder a voz e a vez; brigando para não perder a audição; brigando para não perder a razão.
Enfim, brigando para acender uma lâmpada de 10 w na escuridão do cenário educacional brasileiro ou para não acender a primeira vela do velório da Nação chamada Brasil.
(Juliana Izabeli Bulhões – Rio, 06 de abril de 2010)

18 comentários:

  1. Cara Monica!!

    Essa realidade é longa e antiga, tanto nas escolas do Estado, bem como, nas escolas do Municipío.
    1 - O salário pago aos professores para aturar a falta de educação, as agressões verbais e fisicas dos alunos dentro de sala, não faz juz ao que vocês, sofredores professores ganham.
    2 - Não existe uma política séria para melhorar o ensino nesse país. As promessas feitas em campanha Eleitoral, ficam só na promessa de boca.
    3 - As disparidades nas contratações e, as distorções dos salários, torna revoltante para certas classes trabalhistas.
    Um professor de carreira ganha um mísero salario, onde um acessor parlamentar, seja ele estadual ou municipal, ganha até 10 vezes mais do que um professor, formado e, um mero assessor analfabeto, ganha muito sem ter um mínimo de instrução para exercer o cargo.
    Vocês, professores formam uma classe volumosa e, podem e deveriam, se abster de votar, de ir às urnas nas eleições de 2010, pois só assim dariam a verdadeira reposta a esses canalhas, corruptos.

    Marcio RJ

    ResponderExcluir
  2. Oi,embora não seja professora de ensino secular,gosto muito de ensinar o que sei a outros,e compreendo como é difícil e desprezada essa profissão tão bela.Acho que todos vocês que lutam por um ensino melhor são uns idealistas,e é disso que o mundo precisa.Deus te abençoe!

    ResponderExcluir
  3. Parabéns, professora Monica, pela iniciativa.

    Se todos nós aprendêssemos a gritar contra o que está aí e não muda nunca, independente de partido político, quem sabe uma hora seríamos ouvidos.

    É de gente trabalhadora, honesta e forte que esse país precisa, para debelar a praga da política incompetente, desavergonhada e corrupta, que cultiva a deseducação para garantir o voto vendido dos miseráveis.

    ResponderExcluir
  4. Petição pública por reajuste salarial
    Como 5 minutinhos do seu tempo podem fazer a diferença
    recebi e estou divulgando:
    Leia acesse o link e colabore!!!!
    Voce pode assinar a petição e escolher a opção de não divulgação de seus dados.
    De qualquer forma, faça sua parte, colabore!


    Abaixo-assinado Professores das redes públicas mesmo índice de reajuste dos senadores. Para:Camara Federal e Senado Professores podem ter o mesmo reajuste salarial dos senadores



    Os senadores Cristovam Buarque e Pedro Simon apresentaram hoje (16/12/2010), projeto de lei estendendo o mesmo reajuste salarial concedido aos senadores para o Piso Salarial Profissional Nacional para os professores da educação básica das escolas públicas brasileiras.


    Com o reajuste de 61,78% do aumento dos senadores, o piso salarial dos professores passará de 1.024,00 para R$ 1.656,62, valor inferior ao valor pago aos parlamentares a cada mês: R$ 26.723,13.


    Para o senador Cristovam Buarque, a desigualdade salarial é substancial, talvez a maior em todo o mundo, com conseqüências desastrosas para o futuro do Brasil.


    Na opinião do senador, a aprovação do reajuste de 61,78% para os professores da educação básica permitirá, ao Senado, uma demonstração mínima de interesse com a educação das nossas crianças e a própria credibilidade da Casa.

    Pelo exposto os signatários solicitam a aprovação do referido Projeto de Lei.

    http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2010N4645

    ResponderExcluir
  5. Oi coração fazendo um tour ,Passei por aqui ;)
    Ótimo findi !
    Beijos Meus !

    ResponderExcluir
  6. Professor tinha que fazer era parar as Br´s queimando pneus, passeatas por todas as cidades e mobilizar a sociedade inteira, enquanto não tivéssemos condições mínimas de trabalho (seria bom emprego!) não retornaríamos. Mas, o que vemos é na grande maioria lamentações. Nossa classe é desunida, desarticulada. Enquanto esta realidade permanecer, iremos somente ficar na retórica das reclamações.
    Vamos lutar de verdade pelos nossos direitos!
    Leandro Tavares.

    ResponderExcluir
  7. Parabéns, excelente conteúdo. Estarei divulgando seu trabalho no meu blog...

    Att.,
    Profº Professor Netto

    ResponderExcluir


"Quem não luta por seus direitos,

vive a espera de favores..."

Sejam todos bem-vindos!

Seja muito bem-vindos todos os amigos, apaixonados ou desesperados por Educação. Espero de coração que aprendamos muito uns com os outros. Deus te abençoe.